17/12/2019

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Nova geração da Africa Twin tem motor mais potente, eletrônica refinada e câmbio automatizado de dupla embreagem.

Honda Africa Twin 1100 casa bem com câmbio automatizado

 

Após o renascimento do nome Africa Twin em 2016, a versão dos anos 2000 da big trail da Honda associada a aventura chega a sua segunda geração. O modelo que havia voltado à vida como CRF 1000 L Africa Twin passa a atender por CRF 1100 L Africa Twin – seu nome completo – ou só Africa Twin 1100.

A mudança no nome não é puramente comercial. A nova Africa Twin cresceu no motor. O modelo que tinha um propulsor dois cilindros em linha de 998 cm³ passa agora a ter 1.084 cm³. O antigo motor rendia 95 cv na Europa (88 cv no Brasil por restrições de ruído). Agora, o novo bicilíndrico entrega 102 cv. O torque passou aumentou 6% e foi a 10,7 mkgf.

Segundo o chefe de projeto da Africa Twin 1100, Kenji Morita, o principal motivo para o crescimento do motor foi porque eles sentiam falta de potência para manter uma velocidade mais elevada no asfalto durante viagens.

A estrutura da Africa Twin 1100 é toda nova. Quadro e sub-chassi mudaram, o primeiro é de aço e o segundo de alumínio, para reduzir a massa suspensa na parte traseira da moto. O mesmo ocorreu com a balança. Essas e outras mudanças geraram uma perda de 5 kg no peso total da moto.

Em relação a geração anterior, a moto está mais esguia, o que garante mais agilidade e melhor posição de pilotagem, especialmente em pé. O banco está 40 mm mais estreito próximo ao tanque e pode ser ajustado em 850 mm ou 870 mm.

Na eletrônica são quatro modos de condução: tour, urban, gravel e off-road. Eles alteram a resposta do acelerador e nível de intervenção da eletrônica, que inclui freios ABS, controle de tração e anti-wheeling, que evita que a moto empine. Além do freio motor. O piloto ainda tem à disposição dois modos configuráveis que pode deixar a seu gosto.

Tudo isso é possível por causa da nova unidade de medição inercial (IMU) de seis eixos. Ela lê as inclinações laterais e longitudinais, aceleração e velocidade das rodas. Com isso, escolhe como e quando aplicar a eletrônica.

Outra novidade da Africa Twin é o painel de instrumentos de TFT de 6,5” com tela sensível ao toque. É possível personalizar as informações da tela e tem integração com Apple CarPlay se o capacete estiver com intercomunicador integrado.

Africa Twin 1100 Adventure Sports

No caso da versão avaliada, de topo, a Adventure Sports, há ainda o adendo de um tanque maior, com 24,8 litros contra 18,8 l da Africa Twin 1100 “normal”. Outras mudanças são o para-brisa e o protetor de cárter maior.

Ela oferece ainda barras de proteção do tanque, base de fixação dos baús e rodas raiadas com pneus sem câmara. Por fim, traz carregador 12V e manoplas aquecidas. Como opcionais há a suspensão eletrônica adaptativa com quatro modos: soft, mid, hard e off-road e um quinto configurável entre pré-carga, retorno e compressão, e o câmbio automatizado de dupla embreagem.

 

Visual e ergonomia

Além do visual que passou por uma bela repaginada e ganhou luzes diurnas, faróis completos e de neblina de LEDs e mais detalhes no design nas laterais, como uma faixa cromada que se destaca nas laterais do tanque. A qualidade das peças plásticas melhorou muito e faz jus ao padrão de moto premium a qual a Africa Twin 1100 se propõe.

A posição de guiar agora é igual para as duas opções, Africa Twin normal e a Adventure Sports. E é confortável para longos trechos e também para o uso urbano. Os braços ficam relaxados, as pernas levemente flexionadas. Para quem tem mais de 1,8 metro, o ideal é deixar o assento no ajuste mais alto, para dar mais espaço para as pernas.

No painel, a Honda adotou uma solução bem inteligente e simples. Colocou uma cobertura sobre a tela para ajudar a cobrir do sol em algumas situações e permitir que a visibilidade continue boa. O ajuste de altura do para-brisa ficou mais fácil e prático nessa geração.

Ciclística é o ponto alto

O que era bom na geração anterior foi mantido. A Africa Twin 1100 continua ágil, na mão para mudanças de trajetória, rápida em baixa velocidade e maleável nas mãos dos pilotos mais experimentes para uma tocada mais esportiva em estradas sinuosas. Ao pilotar em pé, a posição da Africa Twin também é boa, na triangulação que forma entre guidão, pedaleiras e piloto.

Restava saber como era lidar com o câmbio automatizado DCT, que na Gold Wing com um motor maior e com mais torque caiu muito bem. Além de ter opções de trocas manuais, tem três níveis de intensidade no modo Sport.

A evolução do câmbio em relação à primeira geração utilizada na VFR 1200 X é notória. As trocas são mais rápidas e sutis. Ele também entende melhor o que o piloto quer, mesmo sem precisar ficar trocando de modo de pilotagem. Ao ‘descer’ marchas, ele reduz mais rápido. Claro, tudo isso também é possível porque a eletrônica embarcada da moto está mais robusta do que sete anos atrás.

A primeira vista pode parecer desnecessário, mas na condição em que pudemos avaliar a Africa Twin 1100, chuva, em estradas sinuosas e desconhecidas, o fato de você não ter que se preocupar com o câmbio e a embreagem, ou seja, ter que pensar em algo a menos, se tornou também uma vantagem, além de um conforto.

O câmbio ainda hesita um pouco no modo gravel e urban em baixa velocidade, mas nada que desabone o bom comportamento geral da nova geração da transmissão DCT. A Honda não confirma, mas a ideia é oferecer a nova geração da Africa Twin 1100 no Brasil em 2021 com a opção do câmbio DCT.

 

Fonte: https://jornaldocarro.estadao.com.br


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